Nas
minhas leituras online descobri o novo blog da Cristina, o Destralhar.
Assim que comentei o post sobre as motivações que despertam, em nós, a
necessidade de destralhar obtive logo uma resposta. A Cristina
perguntava-me se não queria escrever sobre a minha experiência a
destralhar. Até agora não tinha feito isso porque não me considero nada
um bom exemplo... mas a Cristina referiu que, por vezes, as nossas dificuldades e as soluções que encontramos poderão ajudar outras pessoas a evitá-las ou
ultrapassá-las, resolvi então seguir a sua sugestão.
Começo
por avisar que tenho um jeito especial para tralhar e não para
destralhar! Eu crio ligações com as coisas. Dizem que não precisamos de
bilhetes, papéis e outras bugigangas para nos lembrarmos dos momentos
realmente importantes mas eu não concordo, inteiramente, com isso.
Durante
muitos anos tive o hábito de escrever diários e ir guardando pequenos
objectos com um significado especial. Ocasionalmente, volto ao passado
quando abro a caixa onde guardo todas essas memórias ou quando leio um
pouco de um dos meus diários e relembro coisas que, de outra forma, não
conseguiria. E muitas vezes sorrio e revivo momentos que já não poderão voltar
... como poderia abdicar destes objectos??
Outra
coisa que alimenta, ainda mais, o meu jeito para tralhar é a minha
adoração por objectos de papelaria. Os cadernos, os caderninhos, os
post-it, os clips com cores, as borrachas, as canetas bic e as canetas
para sublinhar... Tudo isto ocupa muito espaço no meu quarto. Ah, e sou
louca por livros! Todos os anos vou poupando dinheiro para fazer umas
(grandes) comprinhas na Feira do Livro. No ano passado, este hábito
inverteu-se porque atingi a capacidade máxima do meu quarto e de todos
os móveis do corredor... Decidi fazer o cartão das bibliotecas e desde
então passei a requisitar mais e a comprar menos. Para além disso tenho
vendido livros técnicos e romances em leilões e troco livros através do
Bookmooch.
Para
terminar falta falar das revistas. Eu envergonho-me do dinheiro que
devo ter gasto nelas... Sempre gostei de comprar revistas femininas, de
culinária, de livros e ciência. Todos os meses e durante muitos anos lá
ia eu até ao quiosque... Criei uma grande colecção! Não fui deitando
fora porque muitos dos artigos eram intemporais e achava que poderia
sempre voltá-los a ler. Quando é que isso aconteceu? Nunca. Mesmo assim
não me consigo livrar (completamente) delas.
A
minha experiência a destralhar começa precisamente nas revistas! Num
destralhamento ideal suponho que a solução seria agarrar nelas e
levá-las directamente para o papelão. Eu não consigo fazer isso. Quer
dizer, conseguir consigo mas se calhar não quero. Passo a explicar...
No
caso das revistas de culinária acho que seria um desperdício. Eu adoro
cozinhar e comer. E agora que vou ter a minha cozinha, não faz sentido
deitar fora todas as receitas que gostaria de experimentar. Decidi,
então, criar um arquivo delas.
Não
faz sentido ocupar espaço nem com páginas de publicidade, nem com
receitas de alimentos que não gosto ou não posso comer por isso ponho,
todas essas páginas, na reciclagem. Esta organização tem tomado um pouco
do meu tempo mas acho que vai valer a pena! Por outro lado, deixei de
comprar revistas de culinária porque, para além de ter dois dossiers
cheios de receitas, qualquer outra que queiramos encontra-se à distância
de um clique.
O
passo seguinte no destralhamento destas revistas será ordená-las por
tipo de receita: entradas, sopas, saladas, marisco, peixe, carne e
sobremesas. Mais tarde, à medida que as for experimentando, deito-as
fora ou passo-as para o computador, consoante as for apreciando ou não.
Estes têm sido os meus primeiros passos a destralhar... e, vocês, como se iniciaram neste desafio?
Revistas... tópico difícil. Eu também as tenho.
ResponderEliminarDecidi pegar nas da culinária primeiro porque já não tenho espaço suficiente.
As de ponto de cruz... nem sei.
Peguei numa caixa das resmas de papel e coloquei a informação: cozinha. E depois foi para o escritório ;)
Tiro, no mínimo, uma revista/livro por semana e decido se vai ou fica.
A verdade é que, actualmente as minhas principais fontes são a internet e não as revistas e os livros.
Por isso, há várias hipóteses que tenho vindo a considerar:
- doar uma amiga - tralha para a casa dela
- doar a uma biblioteca local - assim posso voltar a consultá-las (o que não acontecerá, porque também não aconteceu quando estavam dentro de casa)
- vender ou trocar por outra coisa ou livro mais útil
A vantagem de vender, mesmo que ao desbarato é saber que alguém deu valor. Ou seja, não aceitou simplesmente porque era gratuito.
Como vê, andamos ao mesmo ;)
Mas há várias técnicas para destralhar revistas, além da que seleccionei.
Vou tentar colocar num post... o comentário já está tãoooo longo.
Cristina, nem cheguei a pensar em vender revistas porque, sinceramente, não acredito que alguém se mostre interessado... Já não me falta muito para acabar de destralhar esta secção mas também tenho visto umas vinte a trinta por dia. Isto de termos uma data limite para destralhar (no meu caso, a mudança de casa) impõe uma certa dinâmica à coisa! Há dias que já nem posso ver papel à frente :P
EliminarMesmo assim, parece que a tralha não tem fim!