São demasiado pretas para partilhar uma casa-de-banho mas suficientemente brancas para cuidar dos filhos?!
A história passa-se nos anos 60, em pleno Mississippi, onde a cor da pele é a tua sina. Agora são criadas mas, apenas há duas gerações atrás, eram escravas. E, no entanto, as famílias que as discriminam pela cor foram, elas próprias educadas e amadas, por essas mesmas criadas cuja cor agora repudiam.
Skeeter é uma jovem do Mississippi que quando chega à idade adulta não esquece quem a criou, ao contrário do que acontece com as restantes amigas. Ela parte para a faculdade e quando regressa a casa, já licenciada, sonha tornar-se escritora e não esposa como era tão comum então. Procura o primeiro emprego e torna-se responsável pela coluna do jornal que ajuda as leitoras em questões relacionadas com a limpeza da casa. No entanto, ela ambiciona muito mais do que isso e, em segredo absoluto, começa a encontrar-se com a criada de uma amiga que vai contando-lhe alguns episódios cruéis a que é sujeita enquanto criada, enquanto preta. Com esta partilha, Skeeter pretende dar voz às criadas e denunciar a discriminação racial, enquanto escreve o seu livro, um conjunto de testemunhos das criadas do Mississippi.
Este foi um dos melhores filmes que vi este ano. Eu sou, cada vez mais, fã do cinema europeu e muito selectiva no cinema americano mas a este dou cinco estrelas. A história é contada com uma grande sensibilidade e as personagens são muito envolventes. Não creio que o objectivo seja retratar os horrores da escravidão ou da discriminação racial, como algumas pessoas esperavam deste filme mas sim os elos que se criam entre os seres humanos, qualquer que seja a sua cor. É um filme sobre coragem e sobre a amizade. E isso conseguiram-no evidenciar com grande profundidade (recomendo um pacote de lenços!).
Este é um daqueles filmes que compensa, e muito!, o tempo investido (duas horas e meia).
Foi nomeado para os Globos de Ouro de 2012 para Melhor Filme, Melhor Actriz, dois para Melhor Actriz Secundária e Melhor Canção Original.
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