Tenho
lido vários artigos e seguido vários blogs que se debruçam sobre este
desafio, destralhar e organizar, e tenho tentado dar uma volta ao meu quarto e apesar de agora
até ter um aspecto mais leve, pondero se, na realidade, as melhorias que
vejo não serão apenas aparentes.
Levei
quase todos os meus livros para a nova casa e todo o material de
papelaria também. Os dvd também já estão empacotados, parte da roupa de
inverno já foi (e eu aqui! Estou cá com uma impressão que tenho de a
trazer de volta...).
Sim, é verdade, consegui deitar fora imenso papel e imensas revistas mas a restante tralha está cá toda...
Ontem
à noite comecei a ler Winning the Clutter War de Sandra Felton (podem ler muitos dos capítulos do livro através do Google Books. Li, num
instante, umas 80 páginas e tive vários "a-ha moments", como diria a
Oprah. É como se naquele instante uma luz se tivesse acendido e, olhando
para trás, tudo se tornasse mais claro e de fácil compreensão!
Descobri
que existem certas características mais frequentes entre as pessoas que
acumulam tralha e algumas delas são-me muito familiares. Percebi que
sendo uma pessoa perfeccionista e distraída faz de mim um bom alvo para a
confusão e o caos.
Quando era criança e um professor dizia que eu era perfeccionista, tomava isso como um grande elogio. Afinal, eu fazia as coisas de forma perfeita! Na altura ainda não dava conta do tempo que consumia para tornar essas coisas perfeitas e esquecia-me da frustração que sentia sempre que não conseguia atingir essa ‘perfeição’.
Até
ontem não me tinha apercebido do impacto que, ser perfeccionista, tem
nas minhas tentativas de destralhamento e organização do meu quarto. Ao
ser perfeccionista acontecem situações do género ter uma prateleira
super limpa e organizada enquanto o caos toma conta de todo o restante
quarto. É frustrante porque, além de todo o tempo perdido para obter
essa perfeição, quando olho para todo o cenário, o quarto está tão
desarrumado como sempre esteve...
Outra
questão que surge quando começo a arrumar o quarto (ou quando inicio
qualquer outra tarefa) é a facilidade que tenho em distrair-me. Quando
dou por mim já mudei de tarefa e nem dei por isso a acontecer. Enquanto
arrumo o quarto, encontro um livro interessante e sento-me a ler.
Encontro uma fotografia ou um objecto que me faz lembrar alguém,
abandono tudo para lhe escrever, etc., etc. Chegar ao fim de uma tarefa
representa um grande, grande desafio para mim!
Existem
ainda outros factores que ajudam à acumulação de tralha. Há quem
acumule muita coisa porque pode vir a dar jeito no futuro, porque são
recordações do passado, existindo uma ligação emocional ou apenas por
medo de esquecer esses momentos. Quem é ansioso também pode ter
dificuldade em livrar-se da tralha porque a mente está sempre a
funcionar a mil e é difícil arrumar eficazmente um espaço quando não há
organização no próprio pensamento. Daí serem necessárias ferramentas de
organização, seguir um método e ser, acima de tudo, persistente.
Às vezes parece-me que conheço bem a teoria, não consigo é pô-la em prática!
Já se sentiram assim???
A
minha leitura continua hoje.
O meu desafio é chegar ao fim do livro e
depois pôr as ideias em prática, sem saltar para outra qualquer leitura ou
técnica de arrumação. Wish me luck!
Ah! Identifiquei-me imenso! Sou hiper perfeccionista e mais distraída ainda... e percebo perfeitamente o que é conhecer a teoria e não a colocar em prática!
ResponderEliminarJá acabaste de ler o livro? Como correu com o colocar em prática?