Prendas de Natal para crianças e adultos felizes!

Na semana passada fui até ao centro comercial e encontrei-o a abarrotar. Já não via tanta gente às compras há algum tempo! 

Eu faço as minhas logo de manhã quando as lojas abrem, prefiro acordar mais cedo e encontrar a loja calma e com tudo organizado. Mas, desta vez, ia com uma amiga que só podia ir à tarde e deu nisto: encontrei as lojas cheias, pessoas aos berros, roupa ao monte e espalhada no chão como se tivesse rebentado uma guerra e todos se encontrassem no modo “salve-se quem puder”. 

A minha intenção era apenas comprar duas ou três camisolas quentes para me proteger do frio que entretanto tinha chegado. Depois de uma volta na loja Primark, sem perceber o que estava a ver enquanto caminhava feita sardinha em lata, saí. Depois olhei em volta, todas as pessoas tinham sacos de compras nas mãos e olhei, ainda com mais atenção, eram sacos de roupa e sacos cheios de brinquedos. Então percebi: era início do mês e as pessoas estavam a fazer compras de Natal.

Vim-me embora. 

Enquanto conduzia de regresso a casa, lembrei-me de um episódio que vi no talkshow da Oprah sobre felicidade. A Oprah tinha convidado o Dan Buettner, o homem que inventou a expressão “Blue Zones” para as regiões do planeta onde as pessoas vivem até mais tarde (exemplos: Okinawa (Japão), Sardenha (Itália), Icaria (Grécia), ...). Nesse programa, o Dan Buettner apresentou o seu mais recente livro “Thrive: Finding happiness the Blue Zones way” que escreveu com o apoio da National Geographic e, em conversa com a Oprah sobre as características comuns das pessoas que são felizes, sublinharam que: 


Things don't make you happy, experiences do.


Antes de ter visto esse programa, já tinha começado a pensar nas prendas que recebo e que ofereço de outra forma.
Por um lado, eu e o meu namorado já tínhamos chegado à conclusão que ambos preferimos receber prendas que proporcionam experiências (por exemplo, umas noites numa região do país que ainda não conhecemos) do que propriamente objectos. 
Uns meses mais tarde, ao destralhar o quarto, fui encontrando várias coisas que recebi em aniversários e Natal, de que não gosto assim tanto. Não me desfiz delas porque sentia (e, por vezes, ainda sinto!) que iria estar a desvalorizar o tempo e carinho que a pessoa dispensou comigo. Mas, ao mesmo tempo, sei que esquecê-las numa qualquer prateleira a apanhar pó também não é a melhor solução! 
Por outro lado, à medida que vou destralhando, apercebo-me da quantidade de coisas que acumulamos sem grande importância e do dinheiro que se vai gastando nessas coisas.

Por todas estas razões, agora, quando compro prendas, as minhas prioridades são outras...

  • Agora opto sempre por experiências (por exemplo, comprei há pouco tempo, um voucher de massagens para uma amiga) ou coisas funcionais (que sei que fazem falta à pessoa em questão).
  • Não compro em cima da hora, estou mais atenta a promoções ou oportunidades ao longo do ano mesmo que faltem meses para o Natal ou aniversários (a prenda que ofereci, pelos anos, ao meu pai foi comprada com uns seis meses de antecedência!).
  • Compro em menor quantidade mas escolho produtos com maior qualidade.

Para além disso, há pessoas que preferem receber cartões presente e eu também sou fã desse formato. Dá a possibilidade à outra pessoa de escolher uma coisa que realmente goste.
Há uns anos atrás não pensava dizer isto mas gosto de receber dinheiro. Posso guardá-lo, posso aplicá-lo, posso comprar uma coisa que já deseje há algum tempo e não estou limitada a uma cadeia de lojas como acontece com o cartão presente.

Para as crianças, oferecer dinheiro ou cartões presente pode não ser solução mas também não acho que enchê-las de presentes as faça assim tão felizes...

Eu também recebi alguns brinquedos mas aqueles que me faziam mesmo feliz eram os mais simples de todos! Eram os lápis de cor, aguarelas e canetas de cor. E, era ainda mais feliz quando passeava com os meus pais em Belém e me compravam um balão, quando me levavam ao parque no fim-de-semana, quando ia ao jardim zoológico, quando fazia bolos com a minha mãe ou quando passava uma tarde a pintar e a fazer desenhos com ela, quando ia a casa dos meus avós e jogava às cartas, ao mikado ou ao dominó com a minha avó, quando me levavam a comer um gelado ou a dar pão aos patos. Coisas todas muito simples mas que ficaram na memória como os momentos mais felizes da minha infância! 















Claro que houve um ou outro brinquedo que também ficou na memória mas talvez porque tinha de esperar muito tempo entre desejá-lo e recebê-lo e, também por isso, o dia da compra tornava-se numa grande festa! Lembro-me que isso aconteceu quando fui ao Toys ‘R’ Us com o meu pai procurar uma coisa que já pedia há muito tempo: o cabeleireiro da Barbie. Desde que o tinha visto na televisão (e ainda me lembro da publicidade!) sonhava com ele! Quando o fui comprar, estava extasiada, nunca tinha visto uma prenda tão grande e tão bonita! Não sei se teria dado o mesmo valor, se recebesse tanta coisa como vejo que acontece com as crianças hoje em dia. Provavelmente não.

Pode ser muito giro receber tanta prenda mas esse pico de felicidade dura quê? 3 meses? 1 mês? Não serão os objectos que ficarão registados como os momentos mais felizes, da criança! Serão sim, os momentos de qualidade passados com os pais, irmãos, avós, primos e amigos! E esses não se arranjam numa correria ao centro comercial...


1 comentário:

  1. Sara, adorei e concordo, claro :)
    Escrevi a propósito dos presentes aqui http://aquinocentro.blogspot.pt/2012/12/presentes-para-criancas.html

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