Há uns dias atrás confessei aqui que sofro de um distúrbio de ansiedade...
Uma
das maiores dificuldades que experimentei enquanto adolescente foi
sentir-me muito sozinha. Não percebia o que se passava comigo, não
falava com ninguém que tivesse o mesmo tipo de problema, que conseguisse ajudar-me ou indicar-me o caminho a seguir.
Esta foi uma das razões que me levou a partilhar isto convosco!
Quando
escrevi sobre o relógio biológico e a importância de dormir bem
descobri que os ansiolíticos são um dos fármacos mais vendidos no país e
no mundo! Se entretanto já tinha descoberto que, tal como eu, existem
mais pessoas com distúrbios de ansiedade, depois destas leituras fiquei a
saber que, infelizmente, não somos assim tão poucos...
Ao escrever sobre isto, para
além de ter a possibilidade de vir a ajudar alguém (e basta ser uma
pessoa para fazer uma grande diferença!) através de uma plataforma que é
cada vez mais utilizada por todos, quero tornar oficial a minha decisão
de voltar a enfrentar os meus medos e, ao mesmo tempo, comprometer-me a
partilhar convosco a minha evolução.
Hoje
decidi escrever sobre um tipo muito específico de distúrbio de
ansiedade, a fobia, que poderá ser um medo único e/ou conduzir a
distúrbios de ansiedade mais complexos quando é sentido com alguma
frequência e, consequentemente, evitado. Quando se trata de uma fobia, o
medo que uma pessoa sente relativamente a um objecto, ou situação, é
sempre desproporcional face ao perigo real em que se encontra (e que,
muitas vezes, nem existe sequer!). Apesar da pessoa ter consciência
disso, no momento em que se depara com o objecto, ou situação, alvo de
fobia, deixa de racionalizar e o medo torna-se desmedido e dominador.
[daqui] |
Existem três categorias de fobia:
Agorafobia - Medo de sair de casa ou de uma zona considerada como segura pelo indivíduo.
Fobia Social
- Medo perante situações em que a pessoa possa estar exposta a
observação dos outros, ser vítima de comentários ou passar perante uma
situação de humilhação em público.
Fobia Simples - Medo circunscrito diante objectos ou situações concretas.
Por sua vez, as fobias simples podem ser agrupadas em 5 diferentes tipos:
Animais - aranhas, baratas, abelhas, ratos, cobras, cães, etc.
Aspectos do ambiente natural - trovoadas, terramotos, etc.
Sangue, injecções ou feridas
Situações - podem incluir o medo de alturas, do escuro, e andar de avião, de andar de elevador, ir ao dentista, conduzir, etc.
Outros tipos - medo de vomitar, de contrair uma doença, etc.
Por
vezes, as fobias são pouco relevantes como é o caso de uma pessoa que
sofra fobia de cobras e viva na cidade, tornando esse contacto
extremamente improvável. No entanto, quando as fobias interferem e
limitam a rotina diária e social é necessário
recorrer à psicoterapia. O tratamento é feito, geralmente, por exposição
gradual ao objecto, ou situação, que provoca o medo, até que se atinja
uma dessensibilização face ao mesmo.
Eu
já ultrapassei algumas fobias como, por exemplo, o medo de agulhas
(assim que comecei a utilizá-las com alguma frequência em laboratório) e
o medo de balões (ou melhor, o medo que rebentassem sem estar à espera disso). Ultimamente tenho tentado ultrapassado o medo de conduzir em pontes, que vou pormenorizar no próximo post.
E vocês? Têm alguma fobia ou conhecem alguém que tenha?
Eu já tive. Depois de, aos 18 anos, ter sido quase esmagada por uma multidão num local fechado e apertado, fiquei com claustrofobia. Durante anos não conseguia estar no meio de muita gente em sítios fechados. Mas não precisei de psicoterapia nenhuma. Eu própria me obriguei a expor-me a situações de risco, forcei a barra, insisti, e com o tempo a fobia foi desaparecendo.
ResponderEliminarOlá Ana! É muito bom saber que pessoas que já passaram pelo mesmo ou por uma situação semelhante conseguiram vencer isto. Dá-me (-nos) esperança! Admiro imenso a tua força de vontade porque sei que não deve ter sido nada fácil! Obrigada pelo teu comentário :)
EliminarGostei imenso do que escreveste. O grave é que as pessoas no geral não têm noção e desconhecem completamente que este problema existe. Infelizmente tambem estou dentro desse assunto, mas desde o momento em que se aprende a lidar com isso, tudo muda. força =)
ResponderEliminarRita
By the way, já te sigo, adorei o blog*