Relógio Biológico: acordar às 6H e deitar às 22H

Há um mês atrás, nas aulas de fisiologia, a professora falou do relógio biológico, de alguns parâmetros fisiológicos que são regulados por esse relógio (temperatura corporal, pressão sanguínea, tolerância à glucose, nível de hormonas, etc...) e dos actogramas (registo gráfico das horas de vigília e sono). 
Com uma experiência muito simples, baseada no actograma, foi possível provar a existência do relógio biológico. 

Como se fez?
Isolaram-se pessoas de forma a não terem qualquer pista relativamente às horas e registou-se, num gráfico, as horas de sono e as horas que passavam acordados. A partir do momento em que se deixa de ter, como referência, o nascer e o pôr do sol, o relógio biológico revela-se, tornando-se periódico e ajustando-se a, aproximadamente, 25 horas.



Existindo o relógio biológico e conhecendo a forma como determinados parâmetros fisiológicos variam consoante a hora, pode-se tirar algum partido deste conhecimento!




Quando vi este relógio biológico com algumas indicações achei curioso a hora de acordar (6H) e a hora a partir da qual a nossa produtividade diminui (22H)

Sempre gostei de acordar cedo e continuo a fazê-lo durante as férias. No Verão, gosto de acordar cedo, tomar o pequeno-almoço e ir para a praia. Assim, quando chegam as horas de maior calor (11H30-16H00), volto para casa e já aproveitei algumas horas de praia. Durante o resto do ano nunca pensei muito nisso porque, geralmente, tenho aulas logo da manhã (e a minha escola secundária começava às 8H). Mas este ano está a ser muito diferente porque, além das aulas em pós-laboral, estou a terminar umas cadeiras da licenciatura que são todas de tarde. Não tenho obrigações de manhã e podia ficar até às 12H na cama, sem qualquer problema. No entanto, se acordo tarde fico com a sensação de “dia perdido”, daí ter continuado a acordar relativamente cedo (por volta das 8H30).

Uma semana depois dessas aulas sobre o relógio biológico, juntei-me ao grupo “Bom Dia Manhãs” no Facebook, com o objectivo de acordar um bocadinho mais cedo e tornar as minhas manhãs mais produtivas. 

Após duas semanas, cheguei a algumas conclusões que, pelo menos, se aplicam a mim:

  • Antes de adoptar como hábito acordar cedo, é importante não esquecer que, geralmente, precisamos de 7 a 8 horas de sono. Não serve de muito acordar cedo se isso implica dormir apenas 5 ou 6 horas porque se durmo pouco, arrasto-me ao longo do dia e a produtividade cai a pique.
  • Se a noite foi má porque ou o nariz está entupido, ou temos dores de cabeça ou simplesmente porque temos insónias, não é boa ideia tentar levantar cedo. Na primeira semana em que tentei acordar mais cedo, tive com gripe e dormia bastante mal, mesmo assim queria levantar-me às 7H. Nunca consegui e sentia-me frustrada por não alcançar o meu objectivo.
  • Não vale a pena tentar acordar uma hora mais cedo se não temos objectivos para esse tempo extra. Eu acho que acordar e trabalhar cedo é uma óptima ideia para se fazerem trabalhos que exigem concentração porque o silêncio é total mas se não há objectivos, o mais provável é ficar a olhar para a parede, ao pequeno almoço, enquanto tentamos descobrir que ideia nos passou pela cabeça quando decidimos acordar às 7H ou às 6H da manhã...
     

Depois de me ter visto livre da gripe tentei logo acordar às 6H mas não foi boa ideia. Andei em modo zombie durante o dia e com dores de cabeça. Por isso, decidi que vou acordar mais cedo, a pouco e pouco, até chegar a uma hora que faça mais sentido para mim (provavelmente serão as 6H30 porque geralmente deito-me às 23H). Esta semana o objectivo será levantar-me às 8H e já sei que a maior dificuldade será enfrentar o friozinho da manhã!


E vocês? Acordam em cima da hora e saem a correr de casa ou gostam de acordar mais cedo e aproveitar para fazer alguma coisa pelo silêncio da manhã?

4 comentários:

  1. Que fantástico post. Estou precisamente a tentar deitar-me até às 23h00 e acordar às 07h30.

    Mas confesso que não está a ser fácil levantar-me pela manhã. Apesar do alarme tocar todos os dias a essa hora, não consigo levantar-me da cama.

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    1. Podes pôr o alarme longe da cama para te obrigar a levantar. Também podes ir tentando acordar um pouco mais cedo. Vês a que horas te tens levantado e vais pondo o alarme uns 15 minutos mais cedo, à medida que for ficando mais fácil!

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  2. Eu já andei de volta dessa questão do relógio biológico porque tenho uma pirralhinha que gosta pouco de ir para cama. Num livro fabuloso que li sobre o sono nas crianças, também se fala nisso: o nosso ritmo normal é circadiano ("cerca" porque não é bem um dia, são 25 horas). Por isso é que nas férias temos tendência a deitar cada vez mais tarde e acordar cada vez mais tarde.
    Eu não sou pessoa de acordar cedo, decididamente, mas a minha filha é. Custa-me horrores acordar às 8h de sábado sabendo que não tenho obrigações, excepto a piolhita a pedir os bonecos, o pequeno-almoço ou só brincadeira... Ainda assim, ando melhor desde que decidi auto-impor-me a hora de dormir dela como a minha também. Ela adormece pelas 22h e eu vou logo de seguida para a cama. Deitar-me depois dessa hora e tentar acordar cedo é tortura chinesa para mim. O que ajuda é ignorar tudo o que haja para fazer de menos importante. Sim, podia ir dobrar meias ou outra coisa do género, mas tenho um trabalho em que preciso de ter a cabeça fresca e prefiro dormir bem, render mais e poder sair mais cedo.

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    1. Concordo plenamente contigo! Acho que deitar mais tarde para despachar algumas tarefas pode ser contra-producente. Eu preciso das minhas 8 horas de sono para conseguir concentrar-me nas aulas, a estudar e a escrever. Se durmo mal, se não respeito a hora de deitar ou se, apesar de me ter deitado tarde, forço-me a acordar muito cedo, o dia já não é tão produtivo. Para além disso, não gosto nada de me sentir a dormir em pé e a arrastar-me para todo o lado!

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